(Carly)
Parece que ultimamente, as pessoas tem
esquecido que eu existo. Eu passei os últimos dias inconsciente. Acordei hoje,
no meio de um campo de flores. Rosas sem espinho de todas as cores. Uma brisa
suave em meu cabelo. Eu me senti como se aquele lugar me prendesse, eu não
queria deixa-lo nunca mais.
Eu me sentia como se o Apocalipse todo tivesse
sido uma simples alucinação. Como se eu nunca tivesse fugido do Acampamento de
verão da escola. Como se eu nunca tivesse atravessado mares para me livrar dos
mortos. Como se eu nunca tivesse morrido e voltado, como se eu nunca tivesse
descoberto ter poderes mortais.
Por um segundo eu esqueci que eu não era a
única pessoa que existia nesse mundo. Era como se a brisa corrente do céu azul
levasse minhas lembranças junto com o cheiro de flores.
Foi ai que eu me toquei o quanto isso era
trágico. Preciso encontrar Jake ou Logan. Abri meus olhos e a tranquilidade deu
lugar ao desespero. O céu não estava mais azul. Ele estava cinza, com nevoeiro
e as nuvens negras cobriam minha visão.
Me levantei em poucos segundos e olhei ao
redor. Não havia mais flores. Eu estava deitada em um campo de terra seca e
dura. Comecei a correr, mas o vento forte começou a me empurrar na direção contrária
que eu estava indo.
Comecei a gritar e então me lembrei que eu
tinha poderes. Invoquei meu campo de força e o vento parou de me atingir. Corri
o mais rápido o possível, mas eu estava desesperada, sozinha, respirando pela
boca e com uma dor horrível no canto da barriga. Não é ali que fica meu Jake?
Opa! Pâncreas?
Deve ser, mas esse pensamento acabou quando
fui atacada por morcegos. Por algum motivo, meu campo de força parou de
funcionar, e os bichos me atacaram. Comecei a chorar, gritar, engasgar... caí e
comecei a rolar pelo cascalho até que bati a cabeça em alguma coisa.
Os morcegos haviam ido embora quando abri os
olhos e vi a cara do meu irmão segurando Logan no colo.
- Jake? – chamei zonza
- CARLY! – ele abriu um sorrisão
- Jake, você é real?
- Sim. E você?
- Não sei. O encontrei desmaiado na floresta
e estava correndo em busca de ajuda quando você apareceu. – ele me abraça e
coloca Logan no chão. Nos ajoelhamos ao lado dele. Coloquei a cabeça em seu
peito.
- O coração ainda bate. – por um minuto, fiz
uma coisa estranha na frente do meu irmão. Respiração boca –a – boca. Jake ficou só rindo da minha cara, mas funcionou.
O pior era o que estava acontecendo agora.
Uma árvore em chamas acabou de cair e está começando um incêndio nesse lado da
floresta.
( Thalia )
Comecei a bater na cara de Júlio que estava
pendurada na árvore. Nenhuma reação. Ele estava morto mesmo? Ou era só uma
alucinação? Será que havia alguma possibilidade de Lucca estar vivo? Acho que
não.
- E agora? – pergunta Mary – O que fazemos.
- Nos dividimos em grupos. – responde Grover
- Eu já falei isso 5263523572 vezes! – não sei
como se fala esse número, então citei algarismo por algarismo. Acho que tirei
todo o efeito da frase. – Nós não vamos nos dividir em grupos!
- Você quer resolver essa treta com uma
competição de rap?
- Mas o quê????
- Puf pu pu pu puf pu pu pu... aham, aham –
Grover deve estar sofrendo a síndrome da insanidade mental – Você acha que sabe
tudo, mas acha errado! Você quer o melhor pro grupo, mais vai deixar ele
ferrado!
- Vamos admitir. – fala Missie – Ele tem boas
rimas!
- E você pensa que pode mandar em mim. Não é?
Seu cabeça de pudim! – resolvi entrar no jogo. As outras garotas já estavam
fazendo barulhos de rap com a boca. Grover e eu mexíamos os braços igual a
rappers nos videoclipes. – Dividir o grupo? Mas pra quê? Pra gente morrer? Ou é
pra menos gente ver, você, cocô fazer!
Eu parei de fazer rap assim de percebi o que
eu tinha dito. Grover estava com a maior cara de surpresa e indignação que eu
já havia visto em minha vida. As garotas agora estavam morrendo de rir, mas eu
apenas estava com um pequeno sorriso de vergonha. Grover tomou coragem:
- Não brinque comigo, sou uma parafernália! E
pode esperar, pois vai ter volta, sua pirralha! – alguma coisa na voz de Grover
dizia que ele não estava totalmente bravo. – Você vai ver, quando eu....
Nesse momento, minha visão ficou embaçada, me
senti tonta e caí no chão. Eu não enxergava nada, apenas borrões vermelhos.
Elas estavam voltando. Minhas visões estavam voltando. Pude ouvir Bella
gritando meu nome algumas vezes antes de minha audição ficar bloqueada. Vi olhos
castanhos esverdeados brilhantes. Pés balançando e suor escorrendo até o
pescoço de uma garota de cabelos castanhos, no qual havia uma corda se
enrolando eu seu pescoço. E na hora tive certeza.
Quando abri os olhos, a luz vermelha havia
cessado. Missie e Mary me olhavam com medo. Bella parecia preocupada. Mas Grover
parecia apenas confuso. Olhos vermelhos não eram estranhos para ela, já que a
cor dos dele eram assim.
- Você está bem? – pergunta Bella. Ela e Mary
me ajudaram a me levantar.
- Sim.. – respondo – Temos que ir atrás de
Julieta.
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