O clima estava bem tenso na mini prisão da Pandora ( que é
mais bonito do que muitos lugares que eu já vi) . Eu acabara de conhecer Snoly,
uma princesa do gelo que ajuda o mundo a não ser totalmente dominado pelos
zumbis. Eu estou começando a me perguntar qual é a cota máxima de malucos nesse
grupo, por que a zoeira... ela não tem limites.
Mas a coisa mais zoada aconteceu quando Pandora atravessou a
parede, entrou no quarto sem ao menos abrir a porta. Ela é esperta o suficiente
para saber que se deixasse uma passagem aberta, correríamos como abutres
procurando uma escapatória. Mas a verdadeira zoeira começou quando ela disse:
- Eu quero convidar vocês para um baile – todas nós olhamos
para ela com a maior cara de MASOQUE??? – É o seguinte, eu não desisti de matar
vocês – ah tá, tava muito fácil mesmo... – Mas eu quero que vocês se divirtam
bastante antes de morrer... se é que vocês me entendem... – Pandora sorriu
malignamente. Se Julieta estivesse aqui, ela teria maliciado ( nunca confie em
cara de santa), mas eu entendo que ela quer dizer “juntar todos nós em um só
lugar para acabar com a gente de um jeito mais fácil”- Alguém tem alguma
pergunta?
- Eu tenho. – ergui o braço – E se por acaso eu me recusar a
ir ao baile? – então Pandora sacou uma metralhadora e a apontou para mim. Eu
até ergueria os braços, mas eu estava com medo demais para fazer alguma coisa
além de uma cara assustada engraçada e esperar que ela não tivesse boa mira.
- Então eu te mato agora mesmo! – ela berrou – Vocês todas e
os garotos vão se divertir e depois eu vou mata-los! E você não vai me impedir!
– ela apontou para mim – Vocês têm 4 horas para se arrumarem... Se não eu mato
vocês também! – então ela sai pela porta, a batendo e indo embora.
O silêncio ficou constrangedor por uns segundos, até que eu
resolvi perguntar:
- Mas o que foi que deu nela?
- Sei lá.. – respondeu Isís – Deve ser a meia idade...
Nós resolvemos nos arrumar para o baile, e até parecia que as
garotas estavam entusiasmadas, mas eu não estava tanto assim. Isso tudo estava
sendo muito estranho, parecia uma festa normal do colégio.
Eu e as garotas olhando revistas de moda em um quartinho
fofo. A única diferença é que estamos na beira da morte, mas eu admito que foi
divertido... Do nada a Isís aparece vestindo uma roupa linda.
- Onde você conseguiu esse vestido? – perguntou Jolie.
- Bem ali, no closet do quarto! – respondeu Isís sorrindo.
Acho que a Pandora ficou biruta. Baile, closet gigante, moda, diversão? Isso
vai ser, no mínimo, suicida no final. – Gostaram do meu visual? Estou revivendo
os anos 60!
Nos vestimos e, na minha humilde opinião, estávamos
arrasando. ( talvez menos eu, mas no geral estava tudo bonito). Espero que
Pandora não nos mutile por nem todos os vestidos serem longos.
Antes de sairmos para o baile, mexi no bolso da minha
jaqueta. Lá estava ele. Meu celular. O qual eu manti contanto com minha mãe
quando fugíamos de hotel em hotel, e por onde me falavam o estado de saúde do
meu irmão Justin. O telefone estava coberto de sangue seco, estava fedendo e
nojento. Apertei no botão de ligar, ele ainda funcionava. Na tela havia uma
foto minha e dos meus irmãos, mas a imagem era bloqueada por um pouco de
sangue. Eu só espero que Justin esteja vivo...
Chegando no baile, encontramos os garotos, todos de terno.
Pandora não estava lá e todos estávamos confusos. Isís correu até um garoto
ruivo e disse:
- Thalia, esse é Harold! Meu cachorro! – ele estendeu a mão e
eu realmente não entendi o porquê do “cachorro”, mas ela explicou – Ele era um
cachorro, mas a maldição foi desfeita. – eles sorriram, mas eu apenas balançava
a cabeça como uma idiota e fingia que entendia.
- Isís, esse é Joseph – (que era um gorila, mas a maldição
também foi desfeita) – Ele me ajudou a fugir do covil da Pandora! – olho
para Jake, que parece lerdamente com ciúmes.
- Oi! – ele aperta a mão de Isís – Sabia que a Thalia agora é
uma contadora suicida?! – Isís sorriu levantando a sobrancelha.
Todo mundo resolveu ir dançar, pois estava tocando Applause,
da Lady gaga. Até que a Pandora não tem tanto mal gosto quanto eu pensei.
Julieta apareceu acorrentada em uma cápsula de vidro. Quando ela abriu, Romeu
correu para abraça-la e eles começaram a dançar. Meu irmão estava literalmente
babando em cima da Carly. Jake e Joseph estavam falando sobre jogos de
computador e sei lá mais que droguinhas que eu nunca ouvi falar. É estranho
eles se darem bem. Jolie e Júlio também estavam dançando, assim como Isís e
Lucca. Snoly pegou um pedaço de um bife na mesa e o jogou para longe:
- Pegua o bife, Harold! – ela disse batendo palmas.
- You tá di brincation uite mi, cara? – ele responde – Eu não
sou mais um cachorro! – Snoly tira uma bola de borracha do bolso e a joga para
longe – Oba! Bolinha!
- Eu também quero! – grita Romeu e corre com Harold atrás da
bolinha.
Eu não estou me divertindo. Eu estou sentada num sofazinho,
com a cabeça encostada nos joelhos, apenas esperando que um ataque aconteça.
Enquanto os dois cachorros correm atrás da bolinha, vejo
Julieta com uma cara estranha caminhando na minha direção. Me preparo para
conversar com ela, mas ela não chega até mim. Uma mão cobre sua boca e a puxa
para dentro de uma porta.
Corro até lá para tentar ajudar Julieta, mas a porta está
trancada. Ouço a voz de Frank. Começo a bater na porta gritando “ Ju! Julieta” e
o mais estranho é que ninguém parece notar.
- Eu estou bem... – finalmente vem a minha resposta. – Não se
preocupe comigo.
Eu tento arrombar a porta, tenho certeza que Frank está a
obrigando ela a dizer aquilo, mas naquele momento, meu telefone começou a
tocar. Eu o deixei desligado todo o apocalipse, só o ligando para fazer
telefonemas importantes. Acho que eu esqueci de desligar antes do baile.
- Alô? – a voz do outro lado da linha está abafada.
- Thalia? Ainda bem que atendeu! – era Alice – Os zumbis atacaram
nosso acampamento na praia, precisamos encontrar vocês. Onde estão?
- Em algum lugar em Denver.
- Vocês estão no Colorado? – ela grita – Nunca vamos chegar
em tempo de Los Angeles até ai!
- Nem eu sei como chegamos aqui em 6 meses apenas com nossos
pés.
- 6 meses? Thalia, estamos no apocalipse a quase um ano e
meio! – essa informação me acertou como um piano caindo em cima de mim – Thali?
Ainda está ai? – quando volto á realidade respondo:
- Voltem para o nosso acampamento da escola, reocupem as cabanas.
Isís tem um estoque de armas na cabana mais próxima do lago.
Tentem sobreviver.
- Obrigada... – ela responde – Vocês também. – estou quase
desligando o telefone quando Alicia continua falando – Ah, Thalia!
- Oi?
- O seu irmão Justin está... – nesse momento a ligação cai.
Mas não era o barulho normal que eu sempre ouço. Era mais alto e agudo, como
uma bomba equipada para explodir e acabar com tudo que viesse pela frente.
Tiro o telefone da orelha e vejo uma mensagem: “ Sua
eliminação começa em 3...2...1...”
Então meu celular explode, juntamente com o resto do salão, e
a última coisa que vejo é o fogo e a fumaça enchendo meus pulmões. O meu último
suspiro, com um pensamento esperançoso. Espero que a frase que eu ia ouvir no
telefone não fosse “ O seu irmão Justin está em um lugar melhor agora”
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